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terça-feira, 7 de maio de 2013

10 dicas de Cervejas de Flandres



Antes de começar esse post sobre 10 cervejas de Flandres, um pouco de História.


O Condado de Flandres, extinto em 1795, compreendia o que é hoje a Região Norte da França, uma grande parte da Bélgica e um pedaço Holanda.

Essa região prosperou durante alguns séculos, e foi importante região comercial e têxtil, sendo motivo de disputa entre França e Inglaterra durante a guerra dos cem anos. O Condado passou ao domínio espanhol em 1482, e ao domínio austríaco em 1713. A parte do Condado que pertence hoje ao norte da França foi conquistada por Luis XIV, enquanto que uma parte foi incorporada à Holanda em 1814, e finalmente, em 1830 o resto foi incorporado à Bélgica.

A região de Flandres, desde a idade média possui uma grande tradição na fabricação de cervejas, bem como na capacidade de inovar na metodologia de fabricação e uso de ingredientes, sobretudo nos antigos mosteiros. Nessa região uma grande variedade de cervejas é produzida nos dias de hoje, incluindo as do tipo Belgian Ale, na minha opinião as melhores cervejas do mundo.

Abaixo uma lista pessoal, com 10 cervejas de Flandres (que não estão em ordem de qualidade), que você, amante de cervejas, precisa experimentar e tirar suas próprias conclusões:





1. Stella Artois

Dentre as cervejas listadas é certamente a mais conhecida no Brasil, e facilmente encontrável em bares e supermercados desde a fusão que gerou a gigante belgo-brasileira InBev. É uma cerveja do tipo Pilsner Lager, de baixa fermentação, do mesmo tipo que a maioria das cervejas brasileiras, e com sabor bastante suave.

Stella Artois nasceu em 1926 como uma edição especial de natal da cervejaria Artois (Antiga Den Hoorn, de 1366). A cerveja fez tanto sucesso que é produzida até hoje e vendida em diversos países no mundo.


2. Ch'ti

Cerveja francesa típica da região Nord-Pas-de-Calais, do tipo Ale, subtipo Bière de Garde. Assim como praticamente todas as Ales, essa cerveja possui um teor alcoólico maior que a maioria das cervejas brasileiras. Sua versão mais conhecida é a Ch'ti Blonde (Cerveja amarela) e ela é lembrança indispensável para turistas na região.

Essa cerveja teve uma impulsão nas vendas desde a aparição no engraçadíssimo filme A Riviera Não É Aqui (Bem vindo ao Norte em Portugal, e Bienvenue Chez les Ch'tis, título original em francês).


3. Leffe

A Leffe é a cerveja de Abadia mais vendida no mundo. Ela começou a ser produzida em 1240 na Abadia Leffe e possui a mesma receita até hoje. É uma cerveja de alta fermentação, frutada e levemente condimentada, com um sabor muito intenso. A Leffe Blonde é a mais conhecida e possui 6,6% de álcool, mas não deixe também de experimentar a Leffe 9, mais encorpada e com 9% de álcool.

Ela é relativamente fácil de ser encontrada em alguns bares especializados e também alguns supermercados no Brasil graças ao fato de ter sido mais uma das muitas aquisições da InBev.


4. Bush

Se você procura uma cerveja realmente forte, A Bush deve ser a sua escolha.

Conheci essa cerveja belga quando estava em Bruxelas, viajando com amigos. Paramos no início da tarde em um bar com mais de 50 tipos de cervejas diferentes, e pedimos a mais forte de todas. A garçonete nos trouxe a Bush, com 12% de álcool, que nos derrubou e nos fez dormir durante toda a tarde.

Apesar do nome, ela nada tem a ver com os ex-presidentes dos EUA. O seu criador escolheu um nome em inglês para concorrer com as cervejas inglesas.

A Bush Ambrée, a mais conhecida das cervejas Bush, é uma cerveja mais escura, categorizada como Amber Ale ou Belgian Strong Ale e é bastante amarga. Uma verdadeira cerveja de macho, e excelente para quem tem insônia.


5. Tripel Karmeliet

A cerveja preferida da maioria dos habitantes do Norte da França. As cervejas do tipo Tripel são assim chamadas, pois originalmente nos antigos mosteiros, eram cervejas com 3 vezes mais malte que as cervejas comuns, o que as torna mais fortes (8,4% de álcool no caso da Tripel Karmeliet). Muitos cervejeiros usam também a denominação Tripel para cervejas com tripla fermentação.

Há de se notar também a beleza dos copos da Tripel Karmeliet. Vale a pena levar como recordação.



6. La Goudale / La Divine St. Landelin

Essas duas são as minhas preferidas. Elas estão no mesmo tópico, pois são da mesma marca e muito semelhantes. Ambas são do tipo Ale, subtipo Bière de Garde, e produzidas no Norte da França, com receitas que vêm desde a Idade Média.

No século XIV, as boas cervejas se chamavam Goudale, Goudalle ou Good Ale, e é daí que vem o nome de La Goudale.

As duas cervejas possuem um sabor muito agradável e intenso e não precisam ser consumidas extremamente geladas. La Goudale tem 7,2% de álcool, enquanto La Divine, um pouco mais forte, possui 8,5%.


7. Faro

Se você é daqueles que acha cervejas em geral muito amargas, essa cerveja vai mudar o seu conceito. A cerveja Faro, é uma cerveja mais ácida e é bem doce, com um sabor delicioso.

É uma cerveja belga do tipo Lambic, uma forma de Ale Ácida, e esse sabor peculiar se deve à sua forma de preparo. Ela é produzida através da fermentação espontânea que consiste em expor a própria cerveja a leveduras selvagens e consequentemente a bactérias, num processo de duas fermentações naturais em barris de madeira, sendo que na segunda fermentação, uma grande quantidade de açúcar é adicionada. Ela só é engarrafada depois do processo completo de fermentação natural, que pode durar mais de um ano.

As cervejas do tipo Lambic são bastante tradicionais e cada vez mais raras, então se você tiver a oportunidade de provar uma Faro, não a perca, antes que ela acabe!


8. La Chouffe

Cerveja belga do tipo Ale, subtipo Tripel, com 8% de álcool, essa cerveja que tem um Duende como símbolo, possui um sabor forte e ao mesmo tempo agradável, que remete a flores de laranjeira ou maçãs ácidas.

Não sei se isso acontece com todos que a bebem, mas apesar do seu bom sabor, ela costumava me proporcionar um pouco de dor de cabeça no dia seguinte quando eu a bebia, ainda assim vale a pena experimentar.


9. Chimay

Chimay é uma das 6 únicas cervejas do tipo Trappist no mundo (Com selo Authentic trappist product), sendo a mais conhecida dentre elas. Produzida na Abadia de Notre-Dame de Scourmont, na Bélgica, a sua produção é controlada por monges, e parte dos seus lucros são destinados a obras de caridade.

A mais conhecida das Chimays, é a Chimay Bleue (com o rótulo azul), uma cerveja de receita bem antiga, do tipo Brune (cerveja escura), com um gosto amargo na medida certa e 9% de álcool.


10. Kwak

A magia da cerveja Kwak está em seu exótico copo que possui um estrangulamento, que faz com que, quando a cerveja está próxima ao fim, ela desça de uma só vez, graças à entrada abrupta de ar no copo, fazendo um barulho semelhante ao de um pato, e te forçando a beber um gole grande.

Kwak é uma cerveja belga de alta fermentação, do tipo Amber Ale, com 8,4% de álcool.







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6 comentários:

  1. Excelente, digna e bem representativa a seleção!
    Marrrrravilha!

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  2. Faltou a Duvel nesta lista!!!!! to com uma na geladeira para quando voce vier para SP..

    abs

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    Respostas
    1. É verdade! Faltou a Duvel, a lista tem que ter 11 então! rsrs

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    2. Sempre vai faltar uma! Aqui tem cerveja para todos os gostos, por isso eu digo sempre, mesmo a pessoa que não gosta de cerveja é porque ainda não achou a que gosta...

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  3. Faltou a Gueuze da cervejaria Cantillon de Bruxelas. Segue a receita original incluindo a fermentação espontânea no teto do prédio. Imperdível!!!

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